O Centro para Imaginação Crítica: Economia Política e Cidadania (CCI) está sediado no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), uma instituição privada, sem fins lucrativos, localizada na cidade de São Paulo. No CCI/Cebrap, buscamos diagnosticar as principais tendências de desenvolvimento da crise do neoliberalismo e da transição para uma ordem pós-neoliberal a partir da ideia de uma armadilha neoextrativista, tomando o Brasil como um caso privilegiado para desenvolver esse debate a partir de uma perspectiva mundial.

A noção de armadilha neoextrativista propõe uma interpretação determinada do conceito de neoextrativismo, aplicada tanto à história brasileira recente quanto à realidade latino-americana. O diagnóstico de uma armadilha neoextrativista é também um caminho para tentar superar usos da expressão como em “armadilha da renda média” ou “armadilha do baixo crescimento”, visando dar centralidade à dependência e à emergência climática. Estamos buscando a conexão entre neoliberalismo e neoextrativismo, tanto em termos dos últimos quarenta anos da história brasileira como em relação às atuais tendências de reorganização pós-neoliberal do capitalismo que se desenham em termos globais, pensando-as desde sua periferia. Assim como o neoliberalismo, também o neoextrativismo não pode ser pensado unicamente em termos econômicos, mesmo que sob a ideia abrangente de “economização”, ou outras similares. Daí que a noção de armadilha neoextrativista tenha caráter verdadeiramente multidimensional: ambiental, econômico, cultural, político, social, geopolítico e tecnológico. O que deixa claro que a noção mesma de armadilha neoextrativista tem de ser entendida em termos de uma proposta de pesquisa de caráter interdisciplinar e colaborativo.

Em conexão com o projeto mais amplo assim descrito, está aberto processo de seleção para contratação de consultoria com vistas à realização de uma revisão bibliográfica sobre o tema do neoextrativismo na América Latina. Pessoas interessadas devem fazer propostas que busquem a maior amplitude possível na abordagem do tema, repertoriando usos diretos e conexos de “extrativismo” e “neoextrativismo” e propondo critérios gerais de organização da bibliografia assim repertoriada.

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